O que há de especial no chamado missionário? A Bíblia nos mostra que não há dois chamados iguais, um para viver a vida cristã de modo integro e ser boas testemunhas de Jesus e outro para levar o evangelho a outros povos. Nem todo chamado é para missões transculturais, mas toda Igreja deve participar dessa tarefa. Isso faz parte da natureza da Igreja. Servir em nossa profissão, com compromisso missionário, também é uma vocação digna Uma pessoa chamada por Deus estará disposta a abrir mão de projetos pessoais para priorizar a obediência ao chamado. Isso não significa que, imediatamente, seus problemas, suas fraquezas e Suas ambições serão eliminados. Ainda se precisará de muita graça e paciência de Deus. Deus deu capacitações diferentes para os membros do corpo. Normalmente, um chamado missionário é para um tipo de ministério que combina com nossos dons, frequentemente fazendo aquilo que já estávamos fazendo antes, mas agora em outro contexto.
O lugar não é o mais importante. Podemos obedecer ao nosso chamado em vários lugares, conduzir nossa tarefa em um campo e servir bem em outro. Em muitos casos, Deus acaba dirigindo o vocacionado para um determinado local por um determinado tempo, mas o importante é estar disponível. Na hora certa o missionário poderá tomar sua decisão com toda a confiança. Crises surgem às vezes, assim como questionamentos e cobranças de outros, de tal modo que não nos sentimos à altura da missão. Muitos missionários também sofrem de sentimento de incapacidade. O Importante é estar disponível para servir ao Senhor e aos outros servir da melhor maneira, com amor e disposição para aprender sempre (Jr 15.16-20). Dificuldades na tarefa, no sustento, nas condições, por vezes com lutas e poucos resultados, tudo isso facilmente provoca uma crise vocacional. Muitos missionários gastam meses na luta por um visto, pela autorização para começar um tipo de ministério, na espera pelos recursos necessários. Outra situação desanimadora é quando semeamos com lágrimas, mas a colheita demora a aparecer. Precisamos confiar na fidelidade de Deus e perseverar (Is 49.1-6).
Outras fontes de crise incluem os conflitos com colegas e com lideres locais. Todo missionário é uma pessoa com personalidade forte. Luta pelo que crê. Todos podem ser considerados caciques. Juntando um grupo de caciques, os conflitos facilmente surgem. Outros motivos são diferenças de cultura, na perspectiva do ministério. É uma das principais razões do retorno prematuro de missionários. É necessário preparo e disposição para resolver os problemas (Mt 5.23-24). Deus não chama os doutos, mas chama os que são fracos (1Co 1.26-29). As igrejas têm a tendência ver o missionário como herói ou como pedinte. Não é uma coisa nem outra, mas um ser humano normal, chamado para uma tarefa nada normal. Há sofrimento e dor nessa caminhada, mas também alegrias. Deus espera que sejamos fiéis, e assim ele nos recompensará.