“É necessário que ele cresça e que eu diminua. ” (João 3.30) “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém. ” (2 Pedro 3.18)
O CRESCIMENTO QUE NOS TRANSFORMA
A ideia de crescimento é abordada no Evangelho de João, ao relatar a percepção do profeta João Batista sobre Jesus, e também na segunda carta de Pedro, ao expressar o anseio do apóstolo pelos seus seguidores. Ambos os autores bíblicos já conviviam há muitos anos com o Senhor quando redigiram esses textos, sendo testemunhas diretas do seu imenso poder de transformar pessoas.
POR QUE ELE DEVE CRESCER EM NÓS?
A principal marca daqueles que reconhecem Jesus como Salvador e Senhor deveria ser a semelhança com Ele. Entretanto, há cristãos que, mesmo após o novo nascimento, não vivenciam essa transformação. Eles se assemelham a crianças, cuja fisionomia ainda não está bem definida – às vezes lembram um, às vezes outro (Hb 5.12-13). São pessoas que desejam o Jesus que salva, mas não o Jesus que governa; querem receber as bênçãos do Pai, mas não querem abençoar seus irmãos. Frequentam cultos, cantam, até influenciam outros, mas não amadurecem no conhecimento de Deus. Se Cristo não crescer em nosso interior, continuaremos vivendo para nós mesmos; nossos próprios desejos prevalecerão; nossas vontades não serão rendidas. Por outro lado, se renunciarmos a nós mesmos, dando espaço para Ele, sua presença preencherá nossa vida, e nossa alegria estará em cumprir seus propósitos e não mais os nossos próprios.
POR QUE DEVEMOS CRESCER NELE?
A compreensão de que a salvação é um dom exclusivo da graça de Deus, para muitos cristãos, tornou-se apenas uma teoria, levando alguns a uma existência acomodada. Isso pode ser resultado de uma confusão comum: misturar merecimento com esforço. O merecimento se opõe à graça; o esforço, não. O mérito implica em condição, enquanto o esforço é uma resposta ao que nos foi concedido gratuitamente. Observar alguém vivendo intensamente a graça é ver dedicação contínua (1Co 15.10). Ao longo da história da Igreja, encontramos inúmeros exemplos de pessoas que se dedicaram profundamente ao crescimento, ao aprendizado e ao serviço, não para obter algo, mas porque já receberam tudo do Senhor. São pessoas cientes de que não têm mérito algum, mas que não abrem mão de se esforçar. Um exemplo é Hudson Taylor, que levou o evangelho à China. Quando lhe perguntaram: “Você não acredita que Deus salvará aqueles que Ele escolheu?”, respondeu: “Sim, é justamente por isso que estou indo. Quero estar presente quando isso acontecer.” A graça é uma poderosa fonte de motivação, quando realmente compreendida e acolhida. “Eu, de muito boa vontade, gastarei tudo e serei completamente gasto por amor às vossas almas.” (2Co 12.15)
CRESCENDO NELE E ELE EM NÓS
Cristo não pode crescer em nós se não estivermos enraizados nEle, se não nos tornarmos semelhantes a Ele, assumindo nossa filiação e obedecendo aos seus mandamentos. Isso é o que nos purifica de tudo o que distorce nossa semelhança com o Pai e nos tira do caminho correto (2Co 6.16-18). O crescimento só acontece se houver transformação no nosso relacionamento com Ele, como aconteceu com João, que antes era conhecido como filho do trovão (Mc 3.17) e queria destruir quem pensava diferente (Lc 9.51-56), mas se tornou o apóstolo do amor (1Jo 4.7-12). Da mesma forma, Pedro, mesmo tendo sido grandemente usado no Pentecostes (At 2), precisou ser transformado em relação aos seus preconceitos contra pessoas de outras etnias (At 10.9-48).
Para crescer precisamos ter mais de Cristo em nós, e perceber nossas fraquezas. O verdadeiro crescimento vai na direção
e disposição de aprender andar e confiar no Senhor Jesus. Amém Deus te abençoe