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Um Breve Histórico do Textus Receptus

O Textus Receptus refere-se ao texto em grego usado por João Ferreira de Almeida para traduzir a Bíblia na língua Portuguesa e, ainda, pelos reformadores e pelos tradutores da famosa “English Authorized Version”, de 1611. Sua relação com outras edições do texto grego, impressa nos séculos 16 e 17, está exposta nos parágrafos seguintes:

A primeira edição publicada do texto grego, foi a de Desidério Erasmo, impressa em Basle, em 1516, seguida da sua edição de 1519 que foi usada por Martinho Lutero em sua tradução para o alemão. Erasmo também publicou edições em 1522,1527 e 1535. As duas últimas incluíram algumas mudanças da Poliglota Complutensiana. O Novo Testamento dessa Bíblia, Poliglota de Compluto, ou Alcalá, na Espanha, foi, na verdade, impresso em 1514. Porém, não esteve em circulação até 1522. Cristóvão Plantin reimprimiu, com pequenas alterações, o texto em grego Complutensiano, em Antuérpia, em 1571, 1572, 1573, 1574, 1583 e 1584. O mesmo texto foi também impresso em Genebra, em 1609, 1610, 1612, 1619, 1620, 1622, 1627 e 1628.

Simão Colineo (Sino Colinaeus), um impressor em Paris publicou, em 1534, uma edição baseada nas edições de Erasmo e do Novo Testamento Grego Complutensiano. Esse trabalho de Colineo nunca foi reimpresso, mas foi superado pelas edições mais famosas do seu enteado Robert Stephens, publicadas em Paris em 1546, 1549, 1550 e 1551. A edição de 1550, conhecida como a edição real “royal edition” ou editio regia, seguiu o texto das edições de Erasmo de 1527 e 1535, com leituras marginais da poliglota Complutensiana. A edição de Genebra, feita em 1551, foi uma reimpressão do texto de 1550, na qual apareceram, pela primeira vez, as divisões atuais de versículos numerados.

Teodoro Beza publicou, em Genebra, quatro edições in-folio, do texto grego de Stephens, com algumas mudanças e uma tradução própria em latim, em 1565, 1582, 1588 e 1598. Durante esse período, Beza também publicou várias edições in-octavo, em 1565, 1567, 1580, 1590 e 1604. As edições de Beza, particularmente e de 1598, e também as duas últimas edições de Stephens, foram as principais fontes usadas para a versão João Ferreira de Almeida, de 1681.

Os irmãos Elzevir, Bonaventure e Abraham, publicaram edições do texto grego, em Leyden, em 1624, 1633 e 1641, seguindo a edição de Beza de 1565, com algumas mudanças nas suas revisões posteriores. O prefácio da edição Elzevir, de 1633, deu nome a essa forma do texto, base da versão João Ferreira de Almeida, da Dutch Statenvertaling (holandesa), de 1637, e a de todas as versões protestantes da Reforma: “Textum ergo habes, nunc ab omnibus receptum...”. O Texto Elzevir tornou-se conhecido em toda a Europa como Textus Receptus ou Texto Recebido. Ao longo do tempo esses títulos vieram a ser identificados, na Inglaterra, como o texto de Stephens, de 1550.

As edições de Stephens, Beza e Elzevir apresentam, todas, substancialmente, o mesmo texto. As variações não são de grande significância    e raramente afetam o sentido. A edição atual do Textus Receptus, base da versão de João Ferreira de Almeida, segue o texto da edição de Beza de 1598 como autoridade primordial e corresponde ao Novo Testamento no Grego Original, editado por F. H.A. Scrivener, M.A., D.C.L., LL.D., e publicado pela Imprensa da Universidade de Cambridge em 1894 e 1902.

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