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Pré-Tribulacionismo, Pós-Tribulacionismoa e Meso-Tribulacionismo são as diferentes posições acerca do Arrebatamento da Igreja, e dividem opiniões entre os cristãos, como praticamente todos os assuntos dentro da Escatologia Bíblica.
Neste texto, veremos resumidamente cada uma destas visões, porém o mais importante nessa discussão é que Cristo voltará, e sobre isto, as três interpretações concordam, embora discordem da cronologia do evento.
Saiba também quais são as diferentes correntes escatológicas.
Pré-Tribulacionismo
A visão defende que a volta de Cristo se divide em duas etapas:
secretamente para buscar a Igreja, e em glória, sendo visível a todos após o período de grande tribulação. É por conta desse arrebatamento secreto que essa posição é chamada de Pré-Tribulacionismo. O Pré-Tribulacionismo está diretamente ligado ao Dispensacionalismo Clássico, e ao método futurista e literal de interpretação do Apocalipse, embora nem todos que adotam o método futurista são Dispensacionalistas Clássicos. Existem muitos futuristas que são Pré-Milenistas Pós-Tribulacionistas.
Conheça os métodos de interpretação do Apocalipse:
No Pré-Tribulacionismo, geralmente existe uma completa distinção entre a Igreja e Israel.
Os pré-tribulacionistas dizem que, basicamente, Jesus veio para os judeus, porém os judeus O rejeitaram, e, então, ele suspendeu temporariamente seus planos para Israel, e é aí que aparece a Igreja, como uma espécie de “parêntese” na história. Portanto, como existe um plano especial para Israel, a Igreja será tirada da terra antes da grande tribulação, que será um período onde a ira de Deus será derramada sobre os ímpios que ficaram na terra, e também um momento especifico no tratamento de Deus com Israel.
No Pré-Tribulacionismo, como existe essa distinção entre os dois povos, e a Igreja não tem nada a ver com o tratado de Deus a respeito de Israel, então ela não poderá estar na terra nesse momento. Esse período de grande tribulação durará sete anos, considerando uma abordagem das setenta semanas de Daniel (Dn 9) e um esquema de leitura do livro do Apocalipse (principalmente o capítulo 13), que no caso seria propriamente a septuagésima semana.
Os textos mais utilizados para defender o arrebatamento pré-tribulacionista são:
Romanos 8:1,
1 Coríntios 15:51,
1 Tessalonicenses 1:10; 4:17;5:9 e Apocalipse 3:10.
Outro argumento muito usado é que, após o capítulo 3, a palavra “Igreja” não é mais encontrada no livro de Apocalipse até aparecer novamente no final do livro.
Dentro dessa linha de interpretação, durante o período de grande tribulação a Igreja estará no céu participando das Bodas do Cordeiro
Tem essa interpretação. Mas há outras interpretações. Uma delas envolve a tribulação. Pois de Isaías e Malaquias são como se fossem o Apocalipse do antigo testamento. Meso-Tribulacionismo
O Meso-Tribulacionismo defende que a Igreja será arrebatada no meio da grande tribulação.
Sendo a tribulação um período de sete anos, então haverá três anos e meio de paz e três anos e meio de muita dificuldade. Esse sistema tem muita similaridade com o Pré-Tribulacionismo, porém se difere na ideia de que o arrebatamento ocorrerá quando os três anos e meio de paz terminarem. Existem meso-tribulacionistas que defendem que a grande tribulação não terá necessariamente sete anos de duração.
A principal defesa do Meso-Tribulacionismo é uma cronologia dada em 2 Tessalonicenses 2:1-3, onde o Anticristo parece ser revelado antes do arrebatamento da Igreja, além de uma combinação entre a trombeta de 1 Coríntios 15:52 com a trombeta de Apocalipse 11:15.
Pós-Tribulacionismo
O Pós-Tribulacionismo defende que o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo tratam-se de um único evento, e que ocorrerá após o período de grande tribulação. Nessa interpretação, a Igreja passará pela grande tribulação, que não precisa ser necessariamente um período de sete anos. Dentro do Pós-Tribulacionismo existem
Amilenistas,
Pós-Milenistas
Pré-Milenistas que defendem tal posição.
Os principais argumentos pós-tribulacionistas se baseiam em:
- Jesus em Seu Sermão Escatológico nos Evangelhos de Mateus (24), Marcos (13) e Lucas (21), deixou claro que só voltaria após o período de grande tribulação;
- Em 2 Tessalonicenses 2:3, o Apóstolo Paulo afirma que antes de Cristo voltar o Anticristo se manifestará;
- 2 Pedro 3, o apóstolo Pedro também descreve a vinda de Cristo como um evento único;
- No livro do Apocalipse em nenhum momento é mencionado duas fases da volta de Jesus, e quando a segunda vinda é descrita, ela ocorre após o período de tribulação.
Explicando:
Amilenismo,
Pré-Milenismo,
Pós-Milenismo e
Dispensacionalismo, são termos que confundem muita gente, ainda mais sabendo que a escatologia está longe de ser algo de fácil compreensão, principalmente por tratar de assuntos que estão relacionados ao futuro. De forma geral, podemos considerar que essas quatro escolas escatológicas dividem opiniões entre os cristãos evangélicos, embora que, mesmo dentro de cada escola, não é raro encontrar quem discorde um do outro. Um fator que complica ainda mais é a presença de estudiosos e líderes teológicos que se posicionam de “lados” diferentes.
Entenda o que é escatologia bíblica.
O que podemos afirmar com certeza é que, todo mundo, de uma forma ou de outra, se encaixa dentro de uma dessas quatro visões, até mesmo aqueles que nem sabem que essa divisão existe. Saiba mais sobre as diferentes correntes escatológicas
Para facilitar o entendimento de quem tem alguma dúvida, vejamos abaixo as principais diferenças entre
Amilenismo,
Pré-Milenismo,
Pós-Milenismo e
Dispensacionalismo nos pontos fundamentais da escatologia bíblica
Vinda de Cristo:
Amilenismo:
A segunda vinda de Cristo é um evento único e visível a todos, ou seja, não existe o conceito de arrebatamento secreto. No Amilenismo a Segunda Vinda de Cristo em glória e o arrebatamento é uma coisa só. Saiba como será o arrebatamento da Igreja.
Pré-Milenismo Histórico:
A Segunda Vinda de Cristo e o arrebatamento são o mesmo evento, tal como no Amilenismo.
Pós-Milenismo:
Igual às visões anteriores, Cristo volta de forma visível e em glória em um único evento.
Dispensacionalismo Clássico:
A segunda vinda de Cristo será dividida em duas fases, sendo a primeira para arrebatar secretamente a igreja, e a segunda de forma visível e em glória após os sete anos de grande tribulação.
Ressurreição dos Mortos:
Amilenismo:
Ressurreição geral de salvos e ímpios na segunda vinda de Cristo. Os salvos para reinarem com Deus e os ímpios para condenação eterna.
Pós-Milenismo:
Da mesma forma como no Amilenismo, salvos e ímpios ressuscitaram de forma geral na Segunda Vinda de Cristo.
Pré-Milenismo Histórico:
Apenas os salvos ressuscitarão na segunda vinda de Cristo para reinarem com Ele no Milênio, enquanto os ímpios só ressuscitarão no final do milênio para a condenação eterna.
Dispensacionalismo Clássico:
O Dispensacionalismo exige três ressurreições:
A primeira dos salvos no arrebatamento da igreja;
A segunda dos judeus após os sete anos de grande tribulação (alguns também defendem que os salvos do período da grande tribulação também ressuscitarão nesse momento, enquanto outros acreditam que somente após o milênio eles ressuscitarão);
A terceira dos ímpios após o milênio.
O Anticristo:
Amilenismo:
Muitos anticristos se levantaram ao longo da história, porém haverá um último indivíduo que será o Anticristo escatológico que surgirá no período de grande tribulação, e regerá um sistema mundial que será contra a Igreja de Cristo.
Alguns acreditam apenas em um “sistema anticristo” (governo) e não necessariamente em um indivíduo específico.
Pré-Milenismo Histórico:
Um indivíduo específico que será o inimigo da Igreja no período de grande tribulação.
Pós-Milenismo:
O anticristo é qualquer pessoa que persegue e se opõem ao crescimento do domínio da Igreja na terra.
Dispensacionalismo Clássico:
Um indivíduo que surgirá no período da grande tribulação, que aterrorizará o mundo e perseguirá aos que não negarem o nome de Jesus, porém ele não fará nada contra a Igreja que já foi arrebatada.
A Grande Tribulação:
Amilenismo:
Somente após o período de grande tribulação é que ocorrerá a segunda vinda de Cristo, ou seja, a Igreja passará pela grande tribulação.
Pré-Milenismo Histórico:
A Igreja passará pela grande tribulação.
Pós-Milenismo:
A tribulação é experimentada na presente era.
Existem Pós-Milenistas que acreditam em um período final de grande apostasia e tribulação antecedendo a volta de Cristo, e existem outros que defendem que quando Cristo voltar o mundo estará em plena paz e prosperidade.
Isso acontece devido a visão sobre o milênio que essa corrente escatológica defende.
Dispensacionalismo Clássico:
A Igreja será arrebatada antes da grande tribulação, ou seja, não passará por ela.
O Julgamento:
Amilenismo:
Julgamento geral (juízo final) de todas as pessoas na segunda vinda de Cristo.
Pré-Milenismo Histórico:
Julgamento na segunda vinda de Cristo e também após o milênio.
Pós-Milenismo:
Julgamento geral de todas as pessoas na segunda vinda de Cristo.
Dispensacionalismo Clássico:
Três julgamentos sendo eles:
Julgamento das obras dos salvos no arrebatamento;
Julgamento de judeus e de alguns gentios no final da grande tribulação;
Julgamento geral dos ímpios após o milênio.
MAIS duas teses e Israel:
Amilenismo:
A Igreja é o verdadeiro Israel de Deus, e Deus tem apenas um só povo.
Pré-Milenismo Histórico:
A Igreja é o Israel Espiritual, ou seja, o novo Israel no Novo Testamento, porém Deus tratará com Israel separadamente concernente algumas promessas no milênio.
Pós-Milenismo:
A Igreja é o novo Israel.
Dispensacionalismo Clássico:
Para Deus, Israel e Igreja são povos completamente diferentes.
A Igreja é um “parêntese” no plano Deus para Israel que foi suspenso, mas será retomado após o arrebatamento secreto da Igreja
Pra encerrar
Milênio:
Amilenismo:
O milênio não é um período literal de mil anos.
No Amilenismo o milênio é espiritual onde os salvo reinam com Cristo no céu e sobre a terra, e começou na primeira vinda de Cristo.
Pré-Milenismo Histórico:
É reconhecido o Reino de Cristo na presente era com a Igreja, porém haverá também um reino milenar e literal no futuro após a segunda vinda de Cristo, com Jesus reinando sobre as nações do mundo
(talvez não necessariamente o período seja de mil anos).
Pós-Milenismo:
Conforme o Evangelho for sendo pregado será iniciado o milênio, onde o mundo inteiro será evangelizado e a maioria das pessoas serão convertidas. A cristianismo será o padrão e não a exceção, ou seja, a plantação será de trigo e não de joio (a referência a Parábola de Jesus é usada para defender esse conceito).
Dispensacionalismo Clássico:
Milênio futuro e literal após a segunda fase da segunda vinda de Cristo.
Existe também uma variação do Dispensacionalismo conhecida como Dispensacionalismo Progressivo, e ganhou força principalmente nos últimos 20 anos. Essa visão é bem diferente do Dispensacionalismo Clássico e defende a Segunda Vinda de Cristo como sendopós-tribulacional e o fato de Deus ter apenas um povo, ou seja, rejeita a completa distinção entre Israel e a Igreja feita pelo Dispensacionalismo Clássico.
Texto explicado pelo irmão Mauro Rodrigues
Muito boa e esclarecedora essa classificação. Eu sou adventista é estou tentando localizar o posicionamento dessa igreja. Muito obrigada!
Muito bom o conteúdo, eu gostaria de tirar uma dívida significativa, eu me considero um Meso-tribulacionista Amilenista, minha dúvida está no tocante ao juízo final: Para nós Mesos, cremos que Deus arrebatará sua igreja no meio do período tribulacional, entretanto minha dúvida está na questão de que o juízo e o arrebatamento sendo eventos simultâneos, os impíos que forem condenados no dia do juízo final, junto ao anticristo perecerão nos tempos de ira tribulacional ( 3 anos e meio) até que se complete totalmente o período de 7 anos ou imediatamente serão jogados ao lago de ardente de fogo ?
Olá meu irmão Nevan, muito bom este seu questionamento, acredito que depende muito de nossa visão a respeito, pois existem várias correntes com várias suposições a este respeito. Por ser também Amilenista Pós tribulacionista eu particularmente acredito que com a vinda de Cristo serão imediatamente julgados e jogados ao lago de ardente de fogo.